13.05.2020

O cowork visto por… VLO

Algo que nunca imaginámos

 

Quando iniciámos o nosso projeto em 2012, o escritório mais não era que um pequeno apartamento de duas divisões e uma casa de banho na zona histórica de Torres. Embora servisse minimamente, precisávamos de um sítio diferente, mais amplo e mais digno, para podermos receber os nossos clientes, e foi assim que começamos à procura de um espaço.

 

Na altura o Cowork [Torres Vedras] estava praticamente a começar e apenas tinha dois gabinetes e duas salas de reuniões, uma das quais muito pequena. Privilegiava a partilha de secretárias, que eram ocupadas principalmente pela Pegada Verde, ainda pequenina. Havia sempre mesas vazias, a maioria. Respondemos a um anúncio do aluguer de uma parte da loja e fomos vê-la. Era muito grande para nós, demasiado ampla, não servia. Além disso as pessoas não tinham nada a ver connosco nem com o tipo de ambiente que precisávamos.

 

O nosso trabalho é normalmente visto com grande formalidade (ainda há uns anos usava gravata para trabalhar). A seriedade da atividade financeira não se compaginava com um espaço que era apresentado por um careca de calções, chinelos e umas barbas à ZZ Top e com uma colaboradora cuja função era a de “Chief Happiness Officer” (os impostos não gostam de felicidade). Já para não falar das vassouras…

 

Porque fomos então? É uma boa pergunta para a qual ainda hoje não tenho uma resposta absoluta. Certo é que a Sofia e o Sérgio depressa nos arranjaram uma solução para o espaço que precisávamos, moldando-o às nossas necessidades. Demonstravam ser pessoas sérias e justas na forma como negociavam connosco. Sentimos que nos queriam lá. Os outros gerentes da empresa foram ver o sítio, um achou-lhe graça, outro nem por isso e assim, com algum receio, avançamos com a mudança do escritório. Comprámos mobílias, tapetes, armários de arquivo e lá fomos nós, ocupar o espaço que, mais ou menos, é o mesmo que ainda hoje temos.

 

Durante todos estes anos, que já são alguns, a VLO evoluiu muito. Outras, que entretanto foram entrando, também. Em muitas empresas, a história do Cowork mistura-se com a sua própria história, deixando um traço indelével nessa evolução. No nosso caso isso é inegável.

 

Também o Cowork, numa longa metamorfose, evoluiu e foi ficando cada vez melhor, passando de um antigo stand de automóveis ao espaço vibrante que hoje é. Foi-se paulatinamente profissionalizando, tornando-se um lugar com as melhores condições para se trabalhar e ganhar a vida. Apesar disso, ainda que talvez se tenha perdido a inocência, de todo não se perdeu a essência.

 

Imagem: João Botas

 

Se não sei bem porque fomos, já tenho bastante mais certeza da razão por que ficámos. Mais que um espaço de trabalho, agora bastante mais aprazível do que o que existia quando começámos, o que é realmente diferenciador é algo muito maior do que isso – a Comunidade. Não somos apenas um grupo de indivíduos que trabalha no mesmo sítio, somos uma Comunidade de pessoas que interage todos os dias. É dessa interação que nasce o gosto de sair de casa para ir para o escritório. É dessa dinâmica que se tiram dúvidas, se estabelecem parcerias, amizades e até amores, que também por cá os houve.

 

É isso que nos move a ficar. Um sentido de Comunidade, que é o grande legado dos fundadores deste negócio e espaço. Foi uma boa ideia a vossa e foi uma boa ideia termos vindo.

 

Texto por Rui Esteves, VLO Business

 

Imagem de capa: I’M NOT NORMAL. I’M JOANA MARIA.

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